O Sindijufe-MT teve participação ativa no ato público realizado no último domingo (14/12), na Avenida do CPA, em Cuiabá, em frente à Praça Ulysses Guimarães. A mobilização integrou um chamamento nacional que ocorreu simultaneamente em diversas capitais e cidades do país, reunindo manifestantes contrários à aprovação do chamado PL da Dosimetria, aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada da última quarta-feira (10). O protesto teve como principal mote “Sem anistia para golpistas”, em referência aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Em Mato Grosso, o ato também assumiu um caráter ampliado de denúncia contra o avanço de projetos e reformas que atingem diretamente os direitos sociais e os serviços públicos. Além da crítica ao PL da Dosimetria que altera a forma de aplicação das penas e pode beneficiar condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito, as entidades presentes levantaram a bandeira contra a reforma administrativa e outras medidas aprovadas ou em tramitação no Congresso Nacional.
O Sindijufe-MT esteve representado por seus coordenadores Luís Cláudio, Juscileide Rondon e Andrea Silva, reafirmando o compromisso histórico do sindicato com a defesa da democracia, da Constituição Federal e dos direitos dos servidores públicos e da classe trabalhadora como um todo. A presença do sindicato reforçou a articulação com outras entidades sindicais, movimentos sociais e trabalhadores de base que atuam diretamente junto à população em Mato Grosso.
Durante o ato, a coordenadora do Sindijufe-MT, Juscileide Rondon, destacou que, embora o chamamento nacional tenha sido motivado principalmente pela rejeição ao PL da Dosimetria e à tentativa de anistia aos golpistas, em Mato Grosso foi fundamental ampliar o debate para outras pautas estruturais que ameaçam os direitos sociais.
“Apesar de ontem ter sido um chamamento nacional contra a lei da dosimetria e contra a anistia geral daqueles que destruíram o patrimônio público e atentaram contra a democracia do nosso país, aqui em Mato Grosso nós discutimos, no Fórum de Defesa dos Serviços Públicos, que era importante também levantar a bandeira contra a reforma administrativa e registrar o papel do Congresso Nacional na caça aos direitos sociais dos brasileiros”, afirmou Juscileide.
Em sua fala, a coordenadora ressaltou que os ataques não se restringem aos servidores públicos, mas atingem também os trabalhadores da iniciativa privada. “Nós já tivemos a reforma trabalhista, depois a reforma da Previdência, e agora a tentativa de passar a reforma administrativa, além de outras medidas que vêm prejudicando a situação dos trabalhadores dos dois campos, tanto do setor público quanto do setor privado”, destacou.
Juscileide também chamou atenção para a participação expressiva de assistentes sociais no ato, profissionais que atuam diretamente nas políticas públicas e conhecem de perto a realidade social de Cuiabá e do Estado. “Foi muito importante a presença de assistentes sociais, do município e do Estado, que trabalham nesses órgãos e lidam diariamente com a população. São profissionais que conhecem a realidade concreta das políticas públicas em Mato Grosso”, pontuou.
Ao fazer um resgate histórico, a coordenadora do Sindijufe-MT lembrou o papel fundamental do movimento sindical na construção da Constituição Federal de 1988 e alertou para o processo contínuo de retirada de direitos ao longo das últimas décadas. “Quando nós escrevemos a Constituição de 88, o movimento sindical estava em ascensão. De lá para cá, nós perdemos muitos direitos que ajudamos a construir naquela Constituição. Nós não podemos perder mais, sob pena de voltarmos a uma condição em que o trabalhador trabalha apenas para sobreviver”, afirmou.
A dirigente sindical também criticou o congelamento de investimentos públicos em áreas essenciais. “Estamos vivendo um longo período de restrição de investimentos em educação, saúde e segurança. Esses investimentos são fundamentais para mudar o patamar do país, avançar na tecnologia, na produção e na qualidade de vida da população. Sem isso, o Brasil corre o risco de se tornar apenas um comprador de tecnologia produzida por outros países”, alertou.
O ato em Cuiabá reuniu dirigentes sindicais, trabalhadores de base e representantes de entidades sociais, reforçando a unidade em defesa da democracia e dos direitos sociais. Para o Sindijufe-MT, a mobilização do último domingo reafirma a importância da organização e da luta permanente contra projetos que ameaçam o serviço público, os direitos trabalhistas e o futuro do país.
As entidades organizadoras destacaram que novas mobilizações devem ocorrer nos próximos meses, acompanhando a tramitação das propostas no Congresso Nacional e fortalecendo o diálogo com a sociedade sobre os impactos dessas medidas na vida dos trabalhadores e da população brasileira.
Texto: Assessoria de imprensa e Comunicação Sindijufe-MT
